TEXTO POR DENYS KARLING MORESCHI

(Legenda do autor: "Levando DeMolay nas costas por onde for")
4:59 nos reuníamos na frente da loja Paz e Amor, com nosso micro ônibus já a postos para nos levar ao evento, apenas esperando alguns atrasadinhos como é (apesar de que não deveria ser) de costume em eventos desse tipo. Descobrindo que alguns desses atrasadinhos realmente não compareceriam, partirmos rumo a grande metrópole de Engenheiro Beltrão. Sinto não poder dizer muito sobre a viagem, pois pisquei os olhos por apenas um segundo e já havíamos chegado.
Chegando à Loja de Engenheiro Beltrão onde estava acontecendo a retirada dos kits e a confirmação de presença, todos os irmãos de Maringá obviamente se apressaram em forrar as barrigas com o apetitoso café que estava sendo servido, antes de enfrentar a fila para completar as burocracias necessárias para desfrutarmos do evento. 12 centos de pasteizinhos e alguns litros de suco depois, nos dirigimos ao tão esperado “hotel”-fazenda.
Tal nossa surpresa quando descobrimos que era muito mais fazenda do que hotel, e mesmo com o sol já alto no firmamento, nossas “choupanas” (apelido carinhoso dado por nosso irmão Danilo) ainda estavam consideravelmente gélidas. Mas nada com que se preocupar, já que todos, saindo de uma cidade que estava acima de 30 graus Celsius, fizeram questão de não levar agasalho de qualquer tipo.
Foi quando tudo começou.
Instalados em duas cabanas diferentes, os membros no nosso capítulo, preocupados com a integridade dos outros irmãos durante a prometida noite longa e gélida que os esperava, num ato de extremo altruísmo, começaram a atacar a choupana vizinha! Pilhando por cobertores (escasso em todo o complexo turístico, devo apontar), colchões e tudo mais que desse ou para se cobrir ou para queimar no fogão a lenha.
Com sangue escorrendo pelo chão e a poeira assentando, eu e o irmão Jomar fomos em busca da prometida trilha, para reconhecer o terreno onde, em tese, seria travado uma das competições do período da tarde. Eis que surge de uma curva na estrada, uma função de jovens de Umuarama (para não dizer crianças) trazendo consigo sua amada mascote. Tá, eu digo que era um cartaz de papelão com uma atriz de filmes adultos, legalmente furtado de uma locadora de sua cidade natal.
Sem pensar duas vezes, nosso sênior malandro pede para averiguar o tal manequim e começa a jornada para fazer a moça nossa refém. Quando os pequenos percebem o que está ocorrendo e começam a se preocupar com a mascote, pego Pâmela (nome da atriz) e corro para tranca-la em nossos chalés (ouvi dizer que minha corrida gerou risada e espanto de muita gente... acho que não é todo dia que se vê alguém correndo com uma mulher de biquíni nos braços).
Muito perspicaz, nosso irmão Guilherme “Cabelo” Candido, vendo os 20 jovens enfurecidos atrás de mim, forma uma aliança com Pato Branco para proteger nosso troféu. Armado com mexericas azedas, o pessoal de Pato Branco intimidou Umuarama e acabamos fazendo mais uma aliança, ao preço de devolvermos Pâmela.
Com o Objetivo único de surrupiar tudo de todos, marchamos rumo ao chalé de Francisco Beltrão, sempre recrutando mais e mais pessoas (começamos já com quase 50). Decidimos fazer uma visita a Guarapuava, onde teríamos sido presos por um hobbit bombeiro, SE tivéssemos prestado atenção em alguma palavra que ele disse.
Na volta encontramos a choupana de Francisco Beltrão vazia! HA! Umuarama ficou doida e entrou chutando e levando tudo que não fosse objetos pessoais para fora e gritando selvagemente, com sangue nos olhos e saliva escorrendo das bocas.
Tudo que foi pilhado foi reunido no maracanãzinho que havia no complexo (exceto uma manta de Guarapuava, que me vez companhia o resto do evento) e em meio a bradados de piedade de Fco. Beltrão e de guerra dos quase 100 do resto do Paraná, tudo foi resolvido em família, por meio de escambo, onde valiosos espólios foram adquiridos para os Capítulos vencedores.
O resto do evento passou sem mais incidentes ou gritos de guerra, com competições leves na parte da tarde - futebol no campo monstruoso (pelo menos o Matias me falou que era grande) e plantação de árvores - sendo a trilha feita apenas como descontração. As cerimônias foram muito bonitas, me fazendo aprender, além do já esperado, o valor de uma vírgula em um discurso e como, apesar de muitas vezes coisas darem errado, é possível impressionar mesmo assim.
Na manhã de domingo, depois de alguns minutinhos no Sol para conseguirmos descongelar pelo menos os órgãos mais importantes (coração, pulmões etc.) e voltar a sentir os dedos, tomamos café e foi feito o encerramento, onde Maringá ganhou o prêmio de segunda maior comitiva, que foi recebida pelo único membro presente no momento, o Pitanga (eu tive que dar risada! desculpem...).
Almoçamos bem, arrumamos as tralhas e começamos a sair do vale que era isolado de celular e sinal claro de TV. A única coisa que pegava naquele lugar era o Heitor. Viagem recheada de rimas ricas e construtivas, mas acredito que, apesar de termos aproveitado muito nosso tempo num lugar diferente, ficamos felizes de estar de volta, onde pudemos tomar um banho sem se preocupar que seria depois do Ronaldo e sem precisar dormir abraçadinhos como o Zorzi e o Ualid, para não sentir frio.